A professora da Universidade Diego Portales, do Chile, participou de mesa redonda com Rose Schettini, fundadora e diretora da Faculdade do Educador (Feduc), no I Congresso Internacional de Educação Sesi-SP
Por: Alex Souza, comunicação Sesi-SP
19/09/202314:39- atualizado às 09:34 em 16/10/2023
Todo professor já foi aluno. E, durante sua trajetória, cada estudante percebeu diferentes estilos e formas de trabalhar de seus mestres. Essa experiência acumulada ao longo dos anos, como aluno, influencia aqueles que optam pela docência e pode impactar o desenvolvimento da prática docente desse futuro educador.
Esse tema foi objeto de debate na mesa redonda que reuniu as professoras Ruth Arce, da Universidade Diego Portales, do Chile, e Rose Schettini, da Faculdade do Educador (Feduc), durante o I Congresso Internacional de Educação Sesi-SP, na segunda-feira (18/9).
Para a professora Arce, os saberes acumulados ao longo da vida e os que se somam durante a vida acadêmica são parte importante da formação, mas não bastam ao professor. “Não é suficiente saber algo, mas saber como entregar esse conhecimento ao aluno”, afirmou. Para ela, somente a prática docente é capaz de conferir a experiência necessária para que o professor seja eficaz em sua profissão.
Arce classificou a prática como “o coração da tarefa docente”, e disse que o ensino se constrói nos espaços da escola, de forma conjunta com os estudantes. “O processo educativo deve considerar também as expectativas dos alunos, pois mais do que conhecimento precisamos de expectativas em relação ao processo de ensino. A prática permite visualizar a realidade da sala de aula e dos alunos, permite modificar nossos preconceitos”, acrescentou.
De acordo com a professora Schettini, cabe ao docente aproximar o aluno da realidade, e quanto mais cedo fizer isso, melhor. Ela defendeu um olhar mais cuidadoso com a primeira infância e com a formação daqueles que lidarão com esse público, por entender que ela é fundamental para que o processo educativo seja eficaz. “Antes de falar da criança, precisamos olhar para a formação dos professores”.
A fim de elevar a qualidade da docência, seja para a primeira infância ou para os ciclos seguintes, ela defende a mudança do sistema atual e a adoção da residência pedagógica e curso em tempo integral, modelo adotado pela Feduc. “Paramos o curso noturno na Feduc, porque o aluno, esse futuro professor, precisa ter tempo para estudar e estágio no campo real, nas escolas”, explicou. “Se o sistema não mudar, nada muda”.
Datas: 18 e 19 de setembro de 2023
Mais informações em https://congressosesisp.com.br
Programação detalhada em https://congressosesisp.com.br/programacao
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