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Educação para além dos tempos

O educador português José Pacheco e a professora da USP, Lilian Schwarcz, participaram da mesa redonda que encerrou o I Congresso Internacional de Educação Sesi-SP

O educador português José Pacheco e a professora da USP, Lilian Schwarcz, participaram da mesa redonda que encerrou o I Congresso Internacional de Educação Sesi-SP

 Por: Amanda Demetrio, comunicação Sesi-SP
20/09/202317:16- atualizado às 09:34 em 16/10/2023

As escolas não são apenas prédios, são pessoas que aprendem umas com as outras. Este pensamento resume boa parte das ideias e experiências trocadas no I Congresso Internacional de Educação Sesi-SP, que aconteceu nos dias 18/9 e 19/9, no Teatro do Sesi-SP. O evento reuniu educadores, estudantes e pensadores de vários países para debater temas como a atualidade da educação no mundo, propostas de reflexões, práticas exitosas, diversidade e inclusão, alfabetização, políticas públicas, de gestão e, sobretudo, discussões sobre consciência e liberdade.

No painel Educação para além dos tempos”,  o educador português José Pacheco, que já deu grandes contribuições para a educação brasileira, destacou o caldo cultural do país, que é invejável, na opinião dele. “Passei pelos povos indígenas, pelas favelas, onde 75% dos alunos brasileiros vivem, segui por aí e percebi que o Brasil tem uma criatividade que vem de uma mistura impressionante”, diz .

José Pacheco, educador, antropogogo e pedagogista português
Imagem divulgação Everton Amaro

 

Cheguei à conclusão de que o centro não é o professor e nem o aluno, não existe centro, o que tem que ter é a criação de vínculo. A melhor educação do mundo está no Brasil, só que os professores brasileiros não sabem, porque vivem num tempo que não é deles. As escolas não são prédios, são pessoas, que aprendem em qualquer momento, uns com os outros”, explicou Pacheco.

Para a antropóloga e historiadora, Lilia Schwarcz, que é professora da Universidade de São Paulo (USP), a diversidade deve ser valorizada. “A beleza da democracia e a beleza do projeto da educação será justamente lidar com os atravessamentos de raça, de gênero e sexo, de região, de geração, que nos farão melhores porque nos farão mais plurais e diversos”, defende. “Temos que fazer da escola não um lugar reativo às mudanças, mas um lugar de protagonismo, um lugar que esteja adiante das mudanças. Estamos vivendo bons ares, como este momento aqui, agora, mas temos muito no que avançar”, completou.

 

Lilia Schwarcz, historiadora, antropóloga e professora da USP
Imagem divulgação Everton Amaro

 

Segundo Lilia, pesquisas vêm mostrando que, quanto mais os países têm educação pública de qualidade, mais a sua população age de forma cidadã e democrática. Quanto mais os países são educados em um sentido amplo, mais haverá espaço ao diálogo, mais serão criados espaço de afeto.

Guibson Trindade, gerente executivo do pacto de promoção da equidade racial, que foi o responsável por mediar a mesa redonda, finalizou a conversa com uma mensagem especial para os professores. Iniciou sua fala com uma citação da jurista Livia Vaz, que diz que a justiça no Brasil é uma mulher preta, e completou: “Além de mulher preta, ela é uma professora. Então está na mão de vocês, a gente está aqui para apoiar. O futuro deste país depende dos professores e a gente acredita em vocês. Fica aqui a nossa gratidão, porque sem o esforço diário de vocês, dificilmente os avanços que já foram conquistados estariam sendo comemorados”, declarou.

 

José Pacheco, educador, antropogogo e pedagogista português
Guibson Trindade, gerente executivo do pacto de promoção da equidade racial
Lilian Schwarcz, historiadora, antropóloga e professora da USP
Imagem divulgação Everton Amaro

 


Professor protagonista

Ao encerrar o evento, o gerente de educação do Sesi-SP, Roberto Xavier, fez questão de exaltar a visão da instituição, que há mais de 70 anos acredita que a educação é o principal motor de qualquer sociedade, é aquele capaz de transformar de fato a vida das pessoas. Além disso, mesmo com números expressivos, mais de 140 escolas, estar presente em 112 municípios e ter mais de 100 mil alunos, Xavier reforça que eles não representam a qualidade de cada um de seus professores.

O professor é o grande protagonista da transformação da educação no nosso país. É no chão da sala de aula que a educação de fato acontece neste país, e nós vimos muito isso nestes dois dias de congresso. Nós precisamos, como sociedade, decidir melhorar a formação inicial dos nossos professores. Precisamos de formação com conceitos, com concepção de ensino e, sobretudo, com práticas dentro da escola. E é essa semente que esse congresso se propõe a plantar e semear ao longo dos próximos 12 meses, já que no ano que vem teremos o II Congresso Internacional de Educação Sesi-SP", concluiu Roberto.

 


I Congresso Internacional de Educação SESI-SP
Oportunidades na Educação Contemporânea

Datas: 18 e 19 de setembro de 2023

Mais informações em https://congressosesisp.com.br

Programação detalhada em https://congressosesisp.com.br/programacao

 


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