Por: Sesi São Paulo
19/11/202110:57- atualizado às 17:00 em 19/11/2021
É com o objetivo de ampliar o acesso à dramaturgia que o projeto Portas Abertas realiza anualmente leituras dramáticas de textos em processo de criação, feitos pelos participantes do curso Núcleo de Dramaturgia Sesi-SP, com aulas ministradas por Silvia Gomez e Angela Ribeiro.
Devido à pandemia de Covid-19, a programação será apresentada virtualmente, via Zoom, e as leituras serão seguidas de análise e debate. O evento será realizado entre os dias 23 de novembro a 2 de dezembro, terças, quartas e quintas-feiras, e as leituras acontecem sempre em dois horários: 18h e 20h.
A classificação indicativa é 14 anos.
O Núcleo de Dramaturgia do SESI-SP oferece cursos de Dramaturgia desde 2008 e já formou centenas de novos autores, muitos deles trabalhando como dramaturgos em importantes projetos e tendo o reconhecimento de mídia e crítica.
Inscrições antecipadas e gratuitas pelo site: clique aqui
Escarlate, de Fernanda Stefanski | Direção de Murillo Basso (Teatro do Osso) | Com Maria Loverra
Escarlate mostra um dia banal na rotina de uma mulher que, em meio aos preparativos para sua festa de 40 anos, é perfurada pelo término de um relacionamento amoroso. Sozinha pela primeira vez em muito tempo, ela resgata os 25 anos que separam sua festa de debutantes e seu último dia de vida, confessando suas vísceras e abortos em um vídeo hemorrágico minutos antes de sua morte.
Falência, de Gustavo Braunstein | Direção de Guilherme Carrasco (Teatro do Osso) | Com Murillo Basso, Renan Ferreira, Maria Loverra e Rogério Tarifa
Um organismo é atingido e passa a ser consumido pela ferida que se alarga em ritmos frenéticos. Uma vez aberto, observamos suas células, líquidos, órgãos, tecidos, discursos, instituições e populações entrando em falência múltipla. Em seguida, retorna à rotina, imune, como se nada.
Entre os trilhos e a baleia, de Luana Frez Ichikawa | Direção de Renan Ferreira (Teatro do Osso) | Com Isadora Títto, Renan Ferreira, Vive Almeida
Um grito de mulher irrompe de um quarto de hospital. M quer desesperadamente falar com Rita. Fragmentos de memória, imaginação e sonho se misturam. M por vezes mulher, por vezes menina, se arrepende de algo que cometeu anos atrás e, numa busca entre memória e esquecimento, tenta uma possível reconciliação com seu passado e com Rita.
O triunfo da vontade, de Rafael Pimenta | Direção de Débora Vieira | Com Breno Santos, Cláudio Dias, Guilherme Théo, Isabela Paes e Renata Paz
O sucesso da telenovela “O Triunfo da Vontade” se torna um pesadelo para um grupo de roteiristas depois que seu autor é homenageado por neonazistas. Agora, precisam tomar uma decisão sobre os rumos da obra.
Passageiros, de Bruna Pligher | Direção de Cláudio Dias - Cia. Luna Lunera | Com Cláudio Dias, Joyce Athiê e Marcelo Souza e Silva
Um condutor que não foi sempre condutor leva seus passageiros para seus respectivos destinos sem deixar de interferir na viagem. A peça é composta por fragmentos dessas corridas: é durante a distância percorrida de um ponto a outro que os passageiros e seus envolvimentos afetivos são apresentados, enquanto o trajeto, assim como a comunicação entre eles, fica cada vez mais emaranhado e atravancado.
Sinto saudades de mim, de Marco Pedra | Direção de Marcelo Souza e Silva - Cia. Luna Lunera | Com Breno Santos, Cláudio Dias, Isabela Paes, Joyce Athiê, Marcelo Souza e Silva e Renata Paz
Tem tragédia que envolve o mundo inteiro. Tem tragédia que só você conhece. O choro escorre lento. Os dias passam depressa. Bianca quer aprender a dirigir. Dora não sabe como vai pagar as contas. Osvaldo comprou um ar condicionado. O filho de Amélia morreu.
Sobre a margem do lago, de Áquila Mattos | Direção de Luh Maza e assistência de Danilo Miniquelli | Com Gabriel Lodi, Danilo Miniquelli, Lena Roque, Marina Mathey, Sara Antunes e Taiguara Nazareth
Um homem decide regressar à sua cidade para celebrar um enterro, porém no caminho um acidente o faz encarar seus medos, memórias e traumas, enquanto sua família espera a sua volta.
Sismos não listados, de Rúbia Vaz | Direção de Luh Maza e assistência de Danilo Miniquelli | Com Danilo Miniquelli, Gabriel Lodi, Lena Roque, Marina Mathey, Sara Antunes e Taiguara Nazareth
Tremores. Uma mulher descobre a rachadura que existe na narrativa a ser apresentada. Pedras são atiradas em todas as direções enquanto ela tenta encontrar a melhor amiga de infância e a si própria. Vertigem. Fragmentos de territórios explorados e a tentativa de costurá-los diante do fetiche no olhar de quem as observa.
Desfibrilador, de Amora Tito | Direção de Luh Maza e assistência de Danilo Miniquelli | Com Danilo Miniquelli, Fernanda Kawani, Gabriel Lodi, Lena Roque, Marina Mathey, Sara Antunes, Taiguara Nazareth e Vita Pereira
Desfibrilador é um equipamento que tem como função descarregar cargas elétricas na parede torácica de um paciente que se encontra em quadro de arritmia cardíaca. O aparelho reseta os impulsos elétricos e tenta revertê-lo. Seu objetivo é impedir danos em funções cardíacas e cerebrais. Vale ressaltar que o desfibrilador somente pode ser utilizado caso haja atividade elétrica no coração que esteja desordenada ou incapaz de bombear o sangue.
Polinose, de Danilo Corrêa | Direção de Carcaça de Poéticas Negras
Um hospital erguido no centro de uma ilha longínqua é atravessado, ao longo do tempo, por pessoas que são acometidas por uma alergia misteriosa. Muitos entram e poucos saem dali. Além disso, outros lidam com as dores do esquecimento, da partida iminente, do atropelamento inesperado, das relações confusas e abusivas, dos amores interrompidos, da frustração cotidiana e da sensação de que aquele lugar está condenado à própria sorte. Ao seu redor, alguém sempre está querendo confessar algo, como se fosse a última tentativa. O próprio hospital é uma ilha. Um lugar em que todos se encontram com um abismo particular que pode ser mais angustiante que uma alergia.
Quando há fundo, de Aiê Antônio | Direção de Carcaça de Poéticas Negras
Sula é uma mulher negra de trinta e três anos, na busca de respostas, em sua viagem a Bahia. Assim que chega a praia, em Salvador, tem seu caminho atravessado por um anfitrião repleto de energia de troca, que a deixa desnorteada, que bom. A partir daí, Sula entra num fluxo de conexões, que a convidam a um mergulho pra dentro de suas memórias e pra longe do medo que a aterrorizou até ali.
O caso Lorena, de Julia Ianina | Direção de Carcaça de Poéticas Negras
Paula é obcecada por uma história antiga, um crime muito famoso nos anos 90 mas nunca completamente esclarecido. Na figura de uma assassina confessa e de uma morta sem nome, ela parece buscar alcançar algo impossível, como explicar o que a gente vê quando as luzes se apagam.
A Carcaça de Poéticas Negras começou em 2014 com o encontro de aprendizes do curso de Interpretação na Oficina MetaCultural realizado no Sindicato dos Metalúrgicos. Após a conclusão do curso, houve a necessidade de um aprofundamento nos estudos que caminhavam dentro de uma linha de pesquisa voltada a invisibilidade feminina, baseada na música “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque. A experiência de vida e as diárias provas opressoras, postas a cada um – artistas pretos – foi, sem dúvida, o disparador para começarem uma pesquisa que os contemplasse como moradores periféricos na Cidade de São Paulo. Dentro disso buscam levar para as regiões de atuação do grupo, a redescoberta de suas identidades ancestrais, tentando suprir uma camada de informações que tanto falta. Desejam que suas histórias sejam contadas, publicadas, lançadas de boca em boca nesse mundo que tende a silenciar e oprimir diariamente.
Nos seus vinte anos de trajetória, a Cia. Luna Lunera é considerada um dos expoentes do teatro brasileiro contemporâneo, com repercussão nacional e internacional. Investe em diversificados caminhos de criação através da pesquisa continuada e do diálogo com outros criadores contemporâneos. Tem como prática abrir seus processos criativos para o público em um espaço de diálogo e compartilhamento – chamado Observatório de Criação. Vem, assim, desenvolvendo um método próprio de criação compartilhada, no qual os espetáculos surgem de uma série de encontros, pesquisas, e diálogos com diferentes parceiros artísticos e com o público, de modo horizontalizado e colaborativo. Promove ações de trocas de experiência, democratização do acesso à arte e ampliação dos seus circuitos de exibição. Dentre as ações pedagógicas desenvolvidas pela Cia., se destaca a realização do Curso In Cena, um curso livre para a formação e pesquisa na área teatral.
Luh Maza é autora, diretora e atriz de teatro, tv e cinema. Suas peças estão publicadas na coleção "Primeiras Obras "(Imprensa Oficial de SP, 2009) - finalista ao Prêmio Jabuti de Literatura -, no livro "Teatro" (Chiado Editora - Lisboa, 2015) lançado na Europa e na antologia ``Dramaturgia Negra" (Funarte, 2019). Colaborou com companhias brasileiras renomadas como Satyros em "Cabaret Transperipatético" (2019) e Coletivo Negro em "F.A.L.A." (2019). Entre seus espetáculos destacam-se “Carne Viva” (2015) produzido em Portugal com a companhia Teatro Estúdio Fontenova e “Kiwi” (2016) - ganhador do Prêmio Aplauso Brasil de Teatro. Como diretora encenou textos de sua autoria e de autores como Zen Salles, Gabriela Mellão e Fernando Ceylão. Foi a primeira diretora transexual no Theatro Municipal de São Paulo com "Transtopia" (2019). É reconhecida como primeira roteirista trans da tv brasileira ao escrever para a série “Sessão de Terapia” (Globoplay/GNT, 2019). Ainda para tv desenvolveu projetos inéditos para Globoplay, Netflix e HBO. É autora do filme “35” (Young & Rubicam/Fauna, 2019) que recebeu o troféu de bronze de Melhor Roteiro no festival El Ojo de Iberoamérica na Argentina; o prêmio Inclusive and Creative Awards Campaign nos Estados Unidos; e top 5 no Berlin Commercial na Alemanha.
O Teatro do Osso iniciou sua trajetória com o espetáculo “Canto para Rinocerontes e Homens”, com pré-estreia em outubro de 2015 dentro da Escola de Arte Dramática de São Paulo. Nesses cinco anos de existência, o espetáculo fez mais de 100 apresentações em diversos espaços da cidade e foi selecionado para o Feverestival (Campinas, SP) e a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (Mit Plaforma BR). Contemplado pela 5. Edição do Prêmio Zé Renato, o grupo circulou com o espetáculo "Canto Para Rinocerontes e Homens" e realizou diversas ações através de pequenas ocupações em espaços artísticos nas periferias da cidade de São Paulo: Instituto Pombas Urbanas, Ocupação Artística Canhoba, Galpão Cultural Humbalada e Teatro Ventoforte. Em 2019, no TUSP, o grupo foi contemplado pelo edital de "Processo de Criação Cênica TUSP/CEUMA" e deu início aos estudos sobre a peça "Um Grito Parado no Ar", de Gianfrancesco Guarnieri. O processo fez nascer o seu primeiro "Estudo de Ocasião", formato cênico que articula música, cena, público e convidados especiais para estudar diferentes materiais. Outro "Estudo e Ocasião" foi realizado em dezembro de 2019 no Ágora Teatro. Em 2019 o grupo foi então contemplado pela 34. Edição da Lei de Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo, com o projeto executado em 2020, oferecendo palestras, cursos, leituras dramáticas com textos brasileiros das décadas de 60 e 70 e com textos inéditos atuais, além de encerrar o projeto com uma exposição teatral online. A exposição pode ser visitada pelo link abaixo. Exposição DO CANTO AO GRITO: https://teatrodoosso.com.br