Com 66 obras, a mostra que está em cartaz desde 5 de abril no Centro Cultural Fiesp chega também ao mundo virtual.
Por: SESI-SP
13/07/202217:44- atualizado às 11:20 em 31/08/2022
Já é possível apreciar algumas das mais importantes obras da carreira do mundialmente reconhecido J. Borges sem sair de casa. O tour virtual da exposição, que está em cartaz desde abril deste ano, pode ser acessado nesta notícia. Para quem preferir ter contato com o patrimônio do artista de maneira presencial, a mostra segue para visitação presencial no Espaço de Exposições do Centro Cultural Fiesp (CCF), que fica na avenida Paulista até o dia 7 de agosto.
O artista popular já teve suas obras expostas em museus pelo mundo todo. China, Japão, França, Estados Unidos, Venezuela foram alguns dos lugares que receberam as xilogravuras do Patrimônio Vivo de Pernambuco.
As xilogravuras tratam do cotidiano do agreste, acontecimentos políticos, fatos lendários, folclóricos e pitorescos da vida. O xilogravurista, considerado pelo dramaturgo Ariano Suassuna como o melhor gravador popular do Brasil, ainda criou 10 obras inéditas para entrarem em cartaz na mostra.
José Francisco Borges, o J. Borges, de 86 anos, é Patrimônio Vivo de Pernambuco, título concedido pelo Estado aos mestres da cultura popular pernambucana, reconhecidos como Patrimônio Imaterial. É natural de Bezerros, no Agreste pernambucano, onde vive e trabalha até hoje. Filho de agricultores, trabalhava desde os 10 anos na lida do campo. O gosto pela poesia o fez encontrar, nos folhetos de cordel, um substituto para os livros escolares.
Ao longo da trajetória, J. Borges narrou o Nordeste e, sobretudo, o interior de Pernambuco com os temas que entraram para sua coleção mais importante, a exemplo das telas ‘No Tempo da Minha Infância’, ‘Na Minha Adolescência’, ‘Vendendo Bolas Dançando e Bebendo’, ‘Serviços do Campo’, ‘Cantando Cordel’, ‘Plantio de Algodão’, ‘A vida na Mata’, ‘Plantio e Corte de Cana’, ‘Forró Nordestino’ e ‘Viagens a Trabalho e Negócios’. Todas poderão ser apreciadas pelo público durante a exposição.
"Estou muito alegre com essa exposição sobre meu trabalho na xilogravura. Eu ainda quero viver bastante. O que me inspira é a vida, é a continuação, é o movimento. É aquilo que eu vejo, aquilo que eu sinto", afirma J. Borges.
Cordelista há mais de 50 anos, os versos de J. Borges tratam do cotidiano da vida simples do campo, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, entre outros assuntos. A originalidade, irreverência e personagens imaginários são notáveis nas suas obras. Por esse motivo, livretos de cordel estarão disponíveis - e pendurados por um barbante, tal como no Nordeste - para os visitantes na exposição.
O Sesi-SP é uma instituição que trabalha pela educação de forma ampla e onde a Cultura é parte importante nesse processo. “Nós ficamos muito felizes por sediar uma mostra como J. Borges – O Mestre da Xilogravura. Assim, seguimos com o propósito de difundir a cultura, reconhecendo e valorizando nossos artistas e colaborando para a formação de público cada vez mais consciente na apreciação das artes visuais", explica Débora Viana, gerente de Cultura do Sesi-SP.
A mostra também apresenta 4 obras assinadas por Pablo Borges e Bacaro Borges, filhos e aprendizes do artista, além da exibição de uma cinebiografia sobre vida e obra do artista, assinada pelo jornalista Eduardo Homem.
“A exposição retrata a magia da sua obra, tão importante para o povo brasileiro e para o mundo. A arte visual brasileira se tornou mais importante depois que J.Borges começou a criar seu trabalho de xilogravuras, tornando-se um dos maiores xilogravuristas do mundo. Sem dúvidas, ficará na memória do público para sempre”, afirma - Ângelo Filizola, curador da exposição e responsável pela Cactus Promoções e Produções -, que produz a mostra.