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Como manter a cultura da empresa viva com os colaboradores em home office? As organizações tiveram que se adaptar a uma nova realidade nos últimos tempos, o que permanece como essencial, no entanto, são as ações de integração e promoção da saúde e qualidade de vida.

Como manter a cultura da empresa viva com os colaboradores em home office? As organizações tiveram que se adaptar a uma nova realidade nos últimos tempos, o que permanece como essencial, no entanto, são as ações de integração e promoção da saúde e qualidade de vida.

 Por: Núcleo de Comunicação
31/08/202010:55- atualizado às 20:02 em 12/03/2021

Quando a pandemia chegou no início de março foi um verdadeiro deus nos acuda. Nas empresas, tudo foi meio que feito no improviso, às pressas e do dia para a noite. As decisões foram tomadas para assegurar a saúde dos colaboradores e seus familiares. Foi justamente nesse cenário caótico que muitas corporações iniciaram a prática do home office, mesmo que, a princípio, sem muita organização, cuidados e estrutura. Passado alguns meses, muitos colaboradores em diferentes setores acabaram se acostumando com essa modalidade de trabalho. A pergunta que fica para as organizações agora é: como manter a cultura da empresa viva a distancia, oferecendo os mesmos benefícios aos trabalhadores e promovendo sua qualidade de vida?

O estudo Satisfação e Desempenho na Migração para o Home Office, desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP), indica que 70% dos trabalhadores que foram realocados para o home office de forma emergencial durante a pandemia gostariam de permanecer com essa modalidade de trabalho no futuro. Outra pesquisa, dessa vez realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que o trabalho remoto deve crescer 30% no Brasil após o fim do isolamento. Ou seja, o home office já é uma realidade e chegou para ficar.

Pois é, o novo normal fez muita empresa repensar seus negócios. Entre os desafios de permanecer viva no mercado e de manter a produtividade dos colaboradores a distância, surgiram reflexões pela promoção da saúde física e emocional dos funcionários e até mesmo em como conservar o espírito de união de equipe. Empresas são formadas por pessoas, suas relações sociais, consciência, posicionamento, valores e visão de mundo, dentro e fora do horário de trabalho, formam a cultura organizacional da instituição.

Empresas que ofereciam programas de qualidade de vida como ginástica laboral, atendimento nutricional e psicológico, e até mesmo aquelas que mantinham academias corporativas, passaram a oferecer esse benefício remotamente aos seus colaboradores, para promover a saúde, diminuir os números de afastamentos e manter a cultura da instituição viva, apesar da distância.

Esse foi o caso da Accesstage Tecnologia, empresa de tecnologia para a área financeira, que mantém 400 colaboradores em regime de home office desde a segunda quinzena de março e não pretende voltar presencialmente até o final de 2020. A Accesstage manteve a ginástica laboral dos funcionários duas vezes por semana. Além disso, criou um grupo no WhatsApp com personal trainer e nutricionista para dar dicas de exercícios físicos e alimentação saudável.

Criamos o programa Foco, Força e Fé com o objetivo de puxar todos para uma energia positiva, visto que começamos a enfrentar um momento de muita insegurança e totalmente desconhecido por todos. Neste programa trabalhamos mensagens de motivação passadas por todos os heads da empresa. Passamos dicas de livros e filmes com mensagens de superação, aprendizado e também sugestões de músicas para começar o dia com uma vibe positiva. Além disso, realizamos mais de 35 treinamentos para compartilhar conhecimento”, comenta Maria Funari, Head de Desenvolvimento Humano da Accesstage Tecnologia.

Segundo Maria, o engajamento e o espírito de pertencimento da equipe aumentou nitidamente com a implementação desse programa. O mais interessante é que a empresa possui um indicador para medir a eficiência dessas ações. Em novembro de 2019, antes da pandemia, o Employer Net Promoter Score (eNPS) da empresa, metodologia para mensurar o engajamento dos funcionários, era de 22 pontos. Em abril de 2020, como todos os funcionários em home office, esse índice subiu para 75 pontos.  

Ginástica na Empresa, Yoga e Pilates

Atualmente há diferentes modalidades de atividades remotas que podem ser incorporadas pelas empresas. O SESI-SP, por exemplo, passou a oferecer em formato online o Ginástica na Empresa, metodologia da instituição em ginástica laboral que recebeu 14 vezes consecutivas o Prêmio Marca Brasil.

O SESI-SP se adaptou às necessidades atuais e, para 33% das empresas atendidas, que não seguiriam com o programa, passou a oferecer a modalidade a distância ou mista, em 13 unidades em todo o Estado, e pretende ampliar ainda mais. Como resultado, os funcionários relatam os benefícios de continuarem a prática, de onde estiverem.

Em consonância com os desafios atuais do mercado, o SESI-SP também desenvolveu outros projetos para estimular a prática de exercícios físicos aos colaboradores das empresas. Este é o caso das aulas de Yoga e Pilates, ministradas às corporações de forma online.

De acordo com o fisioterapeuta do SESI-SP, Sérgio Sureira Neto, os resultados do Pilates a Distância são basicamente os mesmos da modalidade presencial: alívio de dores e melhora da flexibilidade, força muscular, consciência corporal e postura. No caso do Yoga, o resultado se volta a focar a mente no momento presente. A fisioterapeuta do SESI-SP, Elizabeth Vida, explica que a prática não promete resolver os problemas causados pela nova rotina da pandemia, mas pode ajudar a manter a calma necessária e ter discernimento para atingir os seus objetivos. “Yoga é uma filosofia de vida que nos ajuda a aumentar nossa conexão com o agora, além de cuidar do corpo, acalmar a mente, reequilibrar nosso ritmo respiratório e acessar com maior intensidade nossas potencialidades mais profundas”, afirma Elizabeth.

As mudanças estão acontecendo em ritmo acelerado e muitas empresas ainda não conseguiram parar para acompanhar essas tendências. Outra pesquisa da FGV revela que 84,1% das empresas não realizaram nenhuma avaliação de saúde e segurança na estação de trabalho remota dos colaboradores. Ou seja, não houve nenhuma análise ergonômica desses ambientes para identificar se os funcionários estão utilizando uma cadeira ideal para manter uma boa postura, se há iluminação adequada no local, se existe a presença de ruídos, entre outros. O resultado é que 57,1% dos trabalhadores pesquisados relataram ter dores no pescoço, 51,9% tiveram os mesmos problemas com os ombros e 58,2% apresentaram desconforto nas costas.

Os desafios estão postos, as soluções estão disponíveis. Basta saber agora quem irá passar por essa fase singular mais fortalecido e com uma boa imagem a oferecer para o mercado, sociedade e colaboradores.

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