O que está buscando?
Portal Educa    MEU SESI - Entrar

Mostra exibe retrospectiva e prospectiva do multiartista Tadeu Jungle, um dos precursores da videoarte no Brasil

Uma das primeiras ações realizadas por Jungle foi o poema “Ora H”, que virou pichação nas ruas de São Paulo, entre 1978 e 1979

Uma das primeiras ações realizadas por Jungle foi o poema “Ora H”, que virou pichação nas ruas de São Paulo, entre 1978 e 1979

 Por: Larissa Seloto, comunicação Sesi-SP
07/02/202515:12- atualizado às 15:19 em 07/03/2025

O multiartista Tadeu Jungle apresenta a mostra TUDO PODE (perder-se)”, a partir do dia 19 de fevereiro de 2025, no Espaço de Exposições do Centro Cultural Fiesp. Curada por Daniel Rangel, é a primeira exposição retrospectiva e prospectiva do multiartista, que completa 45 anos de produção. Tadeu é herdeiro da poesia concreta e um dos precursores da videoarte no Brasil. A visitação gratuita vai de 19 de fevereiro a 20 de julho de 2025.

O espaço será ocupado por obras que se dividem em poética verbivocovisual, incluindo peças originais dos anos 1980, e trabalhos concebidos especialmente para a exposic¸a~o. São instalações de suportes e técnicas variadas, relacionadas ao universo das artes visuais e da comunicação de massa, e ainda uma série de vídeos relacionada com sua produção de videoarte.

 


Tadeu Jungle em foto de Fernando Laszlo, tirada em 2025 
Baseada na foto de Jean Cocteau (1889-1963) por Philippe 
Hausman?(1906-1979), tirada em 1949 

O conjunto exposto, visualmente ressoa como uma ópera-rock com distintos climas e nuances que variam ao longo da montagem-partitura. A densidade ruidosa das obras no espaço emana conceitos inerentes à sua produção de mais de quarenta e cinco anos, porém, sem almejar dar conta da totalidade dessa. Expansões ainda são necessárias, incluindo ações online, projeções na fachada de prédios, exibições de filmes e muitas conversas com o artista – criador-criatura – que está aqui, afinal, aqui, tudo pode.”, afirma o curador Daniel Rangel no texto curatorial.

 

Tadeu Jungle 
"Fuga" (2010) 
Nanquim sobre pape 
140 x 50 cm 

Esta mostra é onde a poesia visual se apresenta também como arte visual. A poética vai para a parede, vira escultura, ganha moldura, textura, forma e peso, com obras feitas em papel, mas também em tapeçaria, alumínio, mármore e bronze, e formatos variados como um estandarte de Carnaval e um objeto em papier mâché com terra vinda do Grande Sertão, de Guimarães Rosa”, afirma o artista.
 

A imagem da exposição toma como base uma foto do artista visual Jean Cocteau (1889-1963), realizada pelo fotógrafo Philippe Halsman, em 1949, onde o caráter de multiartista é explicitado.

 

Tadeu Jungle? 
"Vegetal" (1986-2024) 
Tapeçaria (técnica tufting com fios acrílicos) 
140 x 195 cm? 
artesão: Thomas Gobato Nunes

Ao escolher sua foto para a exposição, Jungle optou pelo humor e fez uma escultura triédrica intitulada “Autorretrato publicitário cara de cu”, em que ironiza o comportamento do mundo publicitário, área em que atuou por anos.

 

A gerente executiva de Cultura do SESI-SP, Debora Viana, destaca a importância para a instituição promover o acesso à cultura por meio de projetos como esse. “Reiteramos o nosso compromisso em promover, no Centro Cultural Fiesp, um espaço para reflexão e fruição artística, proporcionando ao público acesso a produções de qualidade, disruptivas, que incentivam a experimentação. Tadeu Jungle é um multiartista, e podemos apreciar uma mostra inédita com suas obras concentradas em nosso Espaço de Exposições. No SESI-SP, consideramos crucial a formação de novos apreciadores das artes, promovendo a difusão e o acesso à cultura de maneira gratuita. Por isso, atuamos em todas as linguagens artísticas, convidando o público a mergulhar de cabeça no universo do conhecimento e da expressão artística”.

 

 

 

Tadeu Jungle é um artista multidisciplinar que atua como roteirista e diretor de cinema, TV e realidade virtual. Ele tem um so´lido trabalho como poeta visual, videoartista e foto´grafo. E´ palestrante do TEDx Sa~o Paulo. 

Jungle e´ formado em audiovisual pela ECA-USP, com passagem pela San Francisco State University. Herdeiro da Poesia Concreta, ele vem publicando poemas visuais desde os anos 1980 em va´rias revistas e plataformas digitais, ale´m de participar de exposic¸o~es em galerias e museus. 

No final dos anos 1970 e comec¸o dos 80, participou do movimento de arte-postal, incentivado pelo professor-curador Walter Zanini. Suas primeiras publicac¸o~es foram feitas por meio de pequenos poemas em forma de adesivos. Realizou pichac¸o~es poe´ticas em muros paulistanos (ORA H, E´DIFICIL), e completou sua ge^nese com participac¸o~es em mostras organizadas por Paulo Bruscky. 

Nos anos 1980, criou e dirigiu va´rias videoartes que foram premiadas e exibidas no Brasil e no exterior. Nas de´cadas seguintes, fez videoinstalações para o MIS, MAC-USP, Museu do Futebol e Museu do Amanha~. 

Nos anos 1990, comec¸ou a fotografar; no comec¸o dos 2000, iniciou o que viria a ser um dos projetos mais longevos na Internet: a “Foto de segunda”, em que enviava por e-mail uma foto e um ti´tulo para uma lista de participantes. O projeto durou 14 anos e antevia o que seria, por exemplo, o Flickr ou o Instagram. 

No meio disso tudo, escreveu para jornais e revistas sobre televisa~o e comunicac¸a~o. Criou programas de TV para a Globo, Cultura, Band e Multishow. Dirigiu o longa-metragem de ficc¸a~o “Amanha~ nunca mais”, com La´zaro Ramos; ale´m de se´ries e filmes documentais. 

Com a chegada do digital, fez poemas no computador, sem abandonar o gestual e a caligrafia. Publicou poemas nas revistas Arte´ria, Zero e outras. Em 2014, o Instituto Oi Futuro realizou uma exposição retrospectiva e publicou uma coletânea de seus 30 anos de trabalho, intitulada Videofotopoesia. 

Nesta u´ltima de´cada, mantendo-se na vanguarda, fundou uma produtora de realidade virtual. Desde então, vem fazendo filmes de realidade virtual com impacto social, pelos quais foi premiado em va´rios festivais e ate´ na ONU, onde foi convidado a falar.

Jungle tem trabalhos nas colec¸o~es do Instituto Figueiredo Ferraz, do MAM-SP e do MAC-SP. Em sua ação mais recente, ocupou a empena do MAC com o poema “Voce^ esta´ aqui”, a maior instalac¸a~o de poesia visual impressa do Brasil.

 

www.tadeujungle.com.br

https://tadeujungleimprensa.blogspot.com/

 

 

 Daniel Rangel é diretor do Museu de Arte Contemporânea da Bahia; foi curador geral do Museu de Arte Moderna da Bahia; diretor artístico e curador do Instituto de Cultura Contemporânea (ICCo) de São Paulo; e diretor de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, e da Secretaria de Cultura do Governo do Estado. Em curadoria, destacam-se projetos como a mostra “REVER – Augusto de Campos”; as exposições “Ready Made in Brasil”; “O Museu de Dona Lina”; “Encruzilhada”; e “Utopias e Distopias”. Desenvolveu projetos curatoriais para a 8ª Bienal de Curitiba; a 16ª Bienal de Cerveira, em Portugal; e a 2ª Trienal de Luanda, em Angola. Realizou curadorias de mostras individuais de artistas brasileiros importantes, como Tunga, Waltercio Caldas, José Resende, Ana Maria Tavares, Carlito Carvalhosa, Eder Santos, Marcos Chaves, Marcelo Silveira, Rodrigo Braga, e de Arnaldo Antunes, quando receberam o prêmio APCA 2015 de Melhor Exposição de Artes Gráfica pela mostra “Palavra em Movimento”. https://nmaisum.com.br/ 

  

 

O CCF é um equipamento importante de acesso à cultura, mantido pela indústria paulista e administrado pelo SESI-SP. O espaço é referência de qualidade e é um patrimônio cultural apreciado dos paulistanos. Recebe mais de 200 mil visitantes por ano em suas dependências, que prestigiam suas manifestações artísticas e culturais. 

A arquitetura moderna do edifício Luís Eulálio de Bueno Vidigal Filho, sede da Fiesp, que também abriga o Ciesp, o SENAI-SP, o SESI-SP e o Instituto Roberto Simonsen, o tornou um ponto de referência no skyline da cidade. O espaço permite a realização de inúmeras atividades que integram o Centro Cultural Fiesp à Avenida Paulista. Entre elas, a livre circulação em seu interior e o uso de ambientes alternativos, como a esplanada e o foyer do Teatro do SESI-SP, onde acontecem as manifestações artísticas e culturais da programação. 

Além da programação cultural em cartaz, os visitantes podem visitar a Livraria da SESI-SP Editora, que possui títulos premiados e catálogos de arte. Eles também podem contemplar a fachada do lounge da cafeteria, uma obra de arte projetada por Roberto Burle Marx (1909-1994), e apreciar o visual do jardim de inverno. 

 


“TUDO PODE (perder-se)”, do multiartista Tadeu Jungle 

Curadoria: Daniel Rangel  
Período: 19 de fevereiro a 20 de julho de 2025 – terça a domingo, 10h às 20h
Gratuito 
Local: Centro Cultural Fiesp Espaço de Exposições  
Avenida Paulista, 1313 - São Paulo–SP, Brasil 
 

Leia também