O que está buscando?
Portal Educa    MEU SESI - Entrar

Exposição Era Uma Vez o Moderno [1910-1944] estreia em dezembro, no Centro Cultural Fiesp

Considerada a maior mostra sobre o modernismo brasileiro já realizada, reúne mais de 300 obras e documentos inéditos sobre a intimidade dos artistas e pensadores modernistas

Considerada a maior mostra sobre o modernismo brasileiro já realizada, reúne mais de 300 obras e documentos inéditos sobre a intimidade dos artistas e pensadores modernistas

 Por: Sesi São Paulo
09/12/202116:54- atualizado às 18:02 em 15/03/2022

Crédito: Karim Kahn

A exposição Era Uma vez o Moderno [1910-1944] é uma parceria do Centro Cultural Fiesp (CCF) e o Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP), instituição que guarda o maior acervo sobre o modernismo no país. A mostra reúne diários, cartas, manuscritos, fotos e obras dos artistas e intelectuais que fizeram parte de diversas iniciativas em torno da implantação de uma arte moderna no Brasil, entre 1910 e 1944. Contando com mais de 300 obras e documentos, fará o público revisitar três décadas dessa história e, em especial, conhecer as produções dos autores e pensadores que participaram da Semana de Arte Moderna, em 1922, cujo centenário se dará em fevereiro do próximo ano.

O público encontrará as obras e reflexões de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Manuel Bandeira, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Osvaldo Goeldi, Ismael Néry, Guilherme de Almeida, Gilberto Freire, entre muitos outros. A exposição pretende mostrar a dimensão humana das mulheres e homens que participaram do debate em torno da possibilidade de se fazer uma arte moderna no Brasil, assim como a diversidade de manifestações e direções do que se convencionou chamar de modernismo brasileiro. 

Crédito: Karim Kahn

Era Uma vez o Moderno entra em cartaz no dia 10 de dezembro de 2021 e segue aberta à visitação gratuita até 29 de maio de 2022. Quem preferir programar a visita deve acessar o site www.sesisp.org.br/eventos 

A curadoria da mostra é do professor e pesquisador do IEB/USP, Luiz Armando Bagolin, e do historiador Fabrício Reiner. A exposição, que é a maior sobre o modernismo brasileiro já realizada no mundo, tem como proposta apresentar uma sequência de fatos históricos e culturais por meio das próprias vozes, influências e até mesmo dos dilemas e conflitos dos artistas que viveram o modernismo.

Coube ao Sesi-SP a restauração de todo o acervo do IEB/USP no que diz respeito às obras de artistas, intelectuais e pensadores modernistas.

Em uma faixa de tempo que compreende os anos de 1910 a 1944, o público poderá mergulhar na intimidade daqueles que construíram este movimento cultural a partir da leitura de cartas como, por exemplo, aquela escrita por Mário de Andrade para Tarsila do Amaral, em 1929, na qual ele comunicava o rompimento da relação de amizade com o também modernista Oswald de Andrade.

 

Crédito: Karim Kahn

Os visitantes poderão conhecer o diário de Anita Malfatti, de 1914, que registra os preparativos da sua primeira exposição individual, realizada em São Paulo. E para a experiência ficar ainda mais real, os visitantes poderão assistir vídeos protagonizados por atores que interpretam alguns artistas modernistas em momentos importantes de suas vidas bem como da história do movimento cultural.

Em um dos corredores da exposição, o personagem virtual de Mário de Andrade lê um trecho do livro Pauliceia Desvairada, durante a segunda noite da Semana de Arte Moderna. Na ocasião, nervoso, o poeta tremia de timidez. Em outro momento, a figura de Manuel Bandeira, interpretada no vídeo pelo ator Nilton Bicudo, lê uma carta que o poeta pernambucano escreveu e destinou a Mário de Andrade, criticando o movimento Pau Brasil, de Oswald de Andrade, num momento cheio de humor.

Em outros dois pontos relevantes da mostra, o personagem virtual de Tarsila do Amaral lê uma carta datada de 1920, na qual, de Paris (França), escreveu para Anita Malfatti relatando seus primeiros encontros com a arte moderna, em particular, com o futurismo italiano de Umberto Boccioni, que então a escandalizou.

O tom melancólico de Mário de Andrade nas palavras que estão no bilhete escrito e nunca enviado por ele a Manuel Bandeira, em 1944, mostra a preocupação do artista no convertimento dos seus colegas modernistas pelo Estado Novo, de Getúlio Vargas. 

Entre os quadros que estarão na mostra Era Uma Vez o Moderno, O Homem Amarelo, um dos mais conhecidos de Anita Malfatti. A pintura esteva na Exposição de 1917 e na Semana de Arte Moderna de 1922. A obra O Mamoeiro, de Tarsila do Amaral, finalizada em 1925, também estará exposta na Avenida Paulista. Neste quadro, a artista buscou representar a realidade da época fazendo uso de cores fortes e formas geométricas influenciadas pelo cubismo e pela arte do francês Fernand Léger, seu mestre.

Também será possível conhecer os objetos, diários e fotos que foram resultados das viagens de Mário de Andrade à região Amazônica e às cidades do Norte e Nordeste do Brasil, comprovando seu interesse pela pesquisa de caráter etnográfico.

A mostra trará algumas das manifestações apresentadas na Semana de Arte Moderna irmanadas pelo desejo de ruptura com a arte do passado e pretende apresentar a correspondência entre as obras dos artistas com as cartas, os manuscritos e os demais itens do acervo pessoal deles. “Nossa proposta de linha do tempo tem início em 1910 com os registros que farão o público conhecer um pouco da primeira exposição brasileira da artista alemã Emma Voss, que pela primeira vez trouxe para o Brasil obras que tiveram relação com as primeiras vanguardas artísticas europeias", explicou Bagolin.   

Ao longo da exposição, haverá à disposição do público áudios acessíveis por QRCODE com comentários e análises feitas pelo curador, além de outras informações históricas e reproduções em formato digital dos documentos e cartas presentes na exposição. Tudo para que ninguém perca nenhum momento importante desta incrível história.   

 

Exposição Era Uma Vez o Moderno  

Período expositivo: de 10 de dezembro de 2021 a 29 de maio de 2022

Horários: de quarta a domingo, das 11h às 20h

Local: Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp

Endereço: Avenida Paulista, 1313 (em frente ao Metrô Trianon-Masp)   

Entrada gratuita.   

Agendamento opcional de visitas em: www.sesisp.org.br/eventos   

Agendamentos escolares e de grupos: ccfagendamentos@sesisp.org.br   

Mais informações: www.centroculturalfiesp.com.br  

 Todas as pessoas com idade a partir de 5 anos devem apresentar o comprovante de vacinação contra a covid-19, com doses atualizadas referentes à sua faixa etária, para entrar no Centro Cultural Fiesp. O comprovante apresentado pode ser físico (carteirinha de vacinação) ou digital (disponível nos aplicativos Conecte SUS, Poupatempo Digital e E-saúde SP). É necessário mostrar também um documento oficial de identificação com foto na entrada.

Crédito: Karim Kahn

Leia também