Diante do aumento do número de casos do novo Coronavírus (Covid-19) no Brasil, em particular no estado de São Paulo, Fiesp, Ciesp, Sesi e Senai instituíram um comitê de gerenciamento de crise, coordenado pelo Dr. José Medina, nefrologista, diretor do Hospital do Rim e conselheiro da Fiesp, com participação do Dr. Luiz Aranha, infectologista e membro do Centro de Contingência do Coronavírus no Estado de São Paulo.
Esse comitê estabeleceu uma série de medidas necessárias para evitar picos de contaminação que podem causar o congestionamento do sistema de saúde, que deverá estar disponível para atender prioritariamente os casos graves.
Para atingir esse objetivo, quatro frentes devem ser observadas:
- Evitar aglomeração de pessoas
- Tirar de circulação as pessoas com suspeita de contaminação
- Cuidar particularmente dos mais vulneráveis
- Reforçar higiene dos ambientes e em especial das mãos
A seguir, as medidas que já estão sendo adotadas por Fiesp, Ciesp, Sesi e Senai, e que recomendamos que sejam adotadas pelas empresas, considerando a realidade de cada uma:
- Suspender todos os eventos públicos organizados pelas entidades que envolvam aglomeração de pessoas, como atrações culturais, seminários, reuniões, workshops etc.
- Suspender também as reuniões dos Conselhos Superiores, das diretorias, plenárias dos departamentos etc.
- Proibir, nas unidades do Sesi e do Senai de São Paulo, a entrada de pessoas alheias à atividade da escola, ou seja, somente alunos e funcionários terão acesso
- Adotar ferramentas de videoconferência para as reuniões que não puderem ser adiadas. E naqueles casos em que o encontro presencial for absolutamente necessário, manter o afastamento entre os presentes, com assentos intercalados, guardando distância de no mínimo 1 metro, e disponibilizar álcool gel 70% na sala
- Estabelecer o home office (trabalho remoto) para funcionários e diretores em situação de vulnerabilidade, ou seja, que estejam em pelo menos uma das situações abaixo:
- Mais de 70 anos
- Em tratamento oncológico ou pós-operatório
- Portador de diabete, problema respiratório (Ex.: asma) ou cardíaco
- Com sistema imunológico enfraquecido ou outros casos de saúde frágil
Observação: até o momento, esse grupo de vulnerabilidade não inclui gestantes nem obesos
- Estimular o home office também nos demais casos, em particular para quem tem dificuldade de locomoção, que estaria exposto por mais tempo no transporte público
- Nos casos em que o trabalho remoto em tempo integral não for possível, realizar de maneira parcial
- Afastamentos:
- Afastar por 14 dias pessoas:
- Com contaminação confirmada
- Que apresentarem algum sintoma de gripe, como tosse, dor de garganta, coriza, cefaleia, febre ou dificuldade respiratória
- Que tiveram contato com indivíduos comprovadamente contaminados
- Afastar por 7 dias pessoas:
- Que retornam sem sintomas de viagem internacional
- Observações:
- Todos os casos deverão ser comunicados ao serviço médico da empresa e ao RH
- Não será obrigatória a apresentação de atestado médico para afastamento de até 14 dias, para evitar que a pessoa tenha de recorrer ao sistema de saúde e assim sobrecarregá-lo
- Os períodos de afastamento deverão ser respeitados por completo mesmo em caso de resultado negativo em exame
- Suspender todas as viagens de trabalho para o exterior dos funcionários e dos diretores. As nacionais serão avaliadas caso a caso
- Flexibilizar os horários de trabalho para reduzir a concentração de pessoas nos ambientes e também para ajudar a evitar horários de pico no transporte público. Como exemplo, teremos dois turnos de trabalho, 6h às 15h e 11h às 20h, para funcionários da sede do SESI e SENAI. Assim como, na cidade de São Paulo, nos dias de rodízio, flexibilizar o horário de trabalho para evitar que o colaborador precise usar sistema público de transporte
- Reduzir a ocupação de pessoas dentro dos elevadores. No caso do edifício sede das entidades, vamos reduzir de 25 para 10 pessoas por viagem
- Aumentar a disponibilidade de álcool gel 70% nos ambientes
- Manter salas arejadas, com todas as janelas e portas abertas, evitando o ar-condicionado
- Aumentar equipe de limpeza e orientá-la a reforçar higienização de botões de elevador, maçanetas, corrimãos e teclados
- Adaptar sistema de marcação de ponto, para usar o crachá em vez da digital
- Oferecer aos funcionários o serviço de telemedicina (consulta via videoconferência) e disponibilizar telefone para dúvidas e informações, evitando assim aglomerações nos ambulatórios das empresas e nos serviços de saúde externos
- Orientar todos a restringir o contato físico, em particular o aperto de mão (visto que as mãos são o maior foco de transmissão)
- Orientar todos a reforçar a higiene das mãos e, ao tossir e espirrar, proteger nariz e boca com o antebraço ou lenço descartável
- Recomendamos a todos que, também em suas casas, procurem identificar e ter atenção especial com os mais vulneráveis do ponto de vista da saúde e social.
Como o quadro do Coronavírus é dinâmico, essas medidas poderão ser revistas e alteradas a qualquer momento pelo comitê.
São Paulo, 13 de março de 2020
Paulo Skaf
Presidente
|
José Medina
Coordenador
|