O setor de Cultura do SESI-SP é responsável pela difusão cultural através de 5 linguagens artísticas: Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual, Literatura e Música. Por meio de eventos culturais que ocorrem no Centro Cultural FIESP (CCF), a marca SESI-SP é fortalecida como uma agente transformadora e disseminadora da Arte e da Cultura.
Nesse sentido, foi criado o InteligênciaPontoCom um projeto multilinguístico que promove Bate-papos mensais entre o público e os principais criadores da Arte, Cultura e Sociedade. Os temas tratados são de relevância na Literatura, Artes Visuais, Cinema, Filosofia, Sociologia, Esporte, Música, Teatro e Saúde.
Por isso, é imprescindível que a programação proporcione pensadores e formadores de opinião, especialistas. Nesta edição do InteligênciaPonto.Com, será abordado o assunto de Memória e Patrimônio Público.
No dia 21.08.2024, sob o tema: “Literatura e Identidade Brasileira”, a convidada Lilia Schwarz falará a respeito do sentido de identidade brasileira, por meio da Literatura.
O Brasil foi construído historicamente a partir de um período colonial que, formalmente, se estendeu do início do século XVI até sua independência, na primeira metade do século XIX. A Colonização não engloba apenas a exploração dos territórios brasileiros e a dominação dos povos indígenas que eram abrigados nessas terras, mas também a subversão de hábitos, valores, língua, religião e modo de viver dos povos originários de toda a América, que foram exterminados física e culturalmente.
Predominou, portanto, o paradigma colonial, que estabelece uma relação de superioridade europeia e inferioridade de outras etnias. Segundo Machado e Soares, “a Colonialidade europeia se impôs nas estruturas de poder na América Latina, nos modos de saber, ser e pensar dos povos dos países latino-americanos” (Machado; Soares, 2021, p. 983) fazendo com que, desde a dominação portuguesa, a existência imposta aos brasileiros seja colonial, o que impactou na desumanização de muitas culturas e etnias que não partilhavam da hegemonia do poder.
Desde então, não faltaram discussões sobre a identidade nacional brasileira, debate que tomou conta de todas as esferas da sociedade, tais como política, economia, religião, cultura, etnia, etc. Muitos intelectuais brasileiros se esforçaram para entender qual é o sentido de pertencimento ao Brasil, e qual é a identidade brasileira.
A Literatura, nesta perspectiva, foi caminho para construir diversas visões do que é o Brasil e o brasileiro, já que a identidade não é única, mas diversa e plural. Assim, na Literatura, os avanços democráticos e igualitários se concentram em dar voz – ou melhor, em ouvir – o reparo histórico de pessoas inviabilizadas, promovendo a leitura de suas obras e o debate acadêmico, pois “a leitura literária democratiza o ser humano porque mostra o homem e a sociedade em sua diversidade e complexidade, e assim nos torna mais compreensivos, mais tolerantes – compreensão e tolerância são condições essenciais para a democracia cultural” (SOARES, 2008, p. 31).
O evento terá Tradução/Interpretação em Libras e Audiodescrição.
