O que aconteceria se uníssemos o humor tragicômico de Adoniran Barbosa à doçura realista de Cartola? Se topássemos “Divina Dama” com o “Samba do Bixiga”? “Trem das 11” com “Preciso me encontrar”? É o que propõe a cantora e compositora Carol Naine com o show “Rir pra não chorar”, espetáculo que já leva no nome um pedaço da canção que ficou famosa na voz de Cartola, e que mais parece apontar para as letras irônicas de Adoniran.
Com o objetivo de apresentar um show carinhoso e impactante, Carol Naine escolheu dois sambistas que, além de possuírem grande reconhecimento e prestígio nacional, são também donos de repertórios que retratam com inteligência a cultura e as pessoas das cidades em que viveram. Cartola, o Rio de Janeiro. Adoniran, São Paulo. Além disso, um é extremamente irônico, e o outro romântico, o que causa estranheza quando confrontados em assuntos universais como relacionamentos amorosos. As semelhanças são diversas, as coincidências surpreendem e as divergências nos fazem rir. Rir pra não chorar, porque retrataram com poesia a dura realidade de comunidades marginalizadas nas duas maiores cidades do Brasil.
O público se depara com um repertório muito familiar, porém roteirizado de forma a surpreender e trazer à tona detalhes sutis das canções. Se emociona e se reconhece na contemporaneidade dos temas abordados pelos compositores, que escreveram algumas dessas letras há mais de 70 anos.
Serão realizadas, através de Edital da Prefeitura de São Paulo, 3 apresentações na cidade. É a estreia de um espetáculo que, por conta da pandemia, só pôde ser realizado de forma virtual. A projeção é de que as 3 apresentações sejam feitas nos seguinte teatros com entrada gratuita: CCSP, Teatro da Rotina e uma praça pública. A cantora Bernadete, a tulipa negra do samba, será nossa convidada especial em uma das apresentações.
60 min
Carol Naine - Voz
Alexandre Vianna - Piano
Erica Navarro - Violoncelo
Fábio Faustino - Percussão
Carol Naine, cantora e compositora indicada ao Prêmio da Música Brasileira, apresenta em show musical sua pesquisa sobre os trabalhos de Adoniran Barbosa e Cartola, e traça - usando as letras de suas canções - um paralelo entre suas vidas, suas semelhanças e diferenças e, em especial, o ambiente sócio-cultural em que os compositores viveram em suas cidades: São Paulo e Rio de Janeiro do século XX. A cantora é acompanhada por um trio que, sem perder o gingado, foge do formato tradicional de samba: Alexandre Vianna no piano, Erica Navarro no violoncelo e Fabio Faustino na percussão.