No projeto InteligênciaPontoCom sempre há um bate-papo descontraído entre convidados e público sobre os mais variados temas da cultura nacional. Seus convidados são nomes expressivos da literatura, da música, do cinema, do teatro, da dança, das artes visuais, do pensamento e da comunicação que falam sobre seus trabalhos e suas descobertas, conversando com as pessoas presentes no Teatro do SESI-SP, no Centro Cultural FIESP e com os internautas.
EDIÇÃO DE MARÇO /2024
O setor de Cultura do SESI-SP é responsável pela difusão cultural através de 5 linguagens artísticas: Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual, Literatura e Música. Por meio de eventos culturais que ocorrem no Centro Cultural FIESP (CCF), a marca SESI-SP é fortalecida como uma agente transformadora e disseminadora da Arte e da Cultura.
Nesse sentido, foi criado o InteligênciaPontoCom um projeto multilinguístico que promove Bate-papos mensais entre o público e os principais criadores da Arte, Cultura e Sociedade. Os temas tratados são de relevância na Literatura, Artes Visuais, Cinema, Filosofia, Sociologia, Esporte, Música, Teatro e Saúde.
Por isso, é imprescindível que a programação proporcione pensadores e formadores de opinião, especialistas. Nesta primeira edição do InteligênciaPonto.Com, será abordado o assunto Antirracismo.
No dia 20.03.2024, sob o tema: “Por uma sociedade antirracista”, Djamila Ribeiro discursará sobre como ser antirracista, combatendo o racismo como princípio ético e luta diária.
O problema do racismo estrutural é que ele nos cerca a todo o tempo, desde sempre. Nascemos e crescemos em uma sociedade fundada e baseada sobre o racismo, construída pela exploração sistêmica de negros e indígenas. Fomos condicionados por ela a reproduzir e conservar o racismo como base de sustentação da máquina social.
O racismo está fortemente enraizado em nossa cultura e nossas comunidades: nas escolas, na Justiça, nas universidades, no governo, nas ruas. É tão disseminado que, muitas vezes, nem nos percebemos de como as políticas e instituições beneficiam desproporcionalmente alguns em detrimento de outros.
Nesse sentido, “não ser racista” não é o suficiente para extinguir a discriminação racial. Essa perspectiva desconsidera que pessoas brancas normalmente não entendem os próprios preconceitos inconscientes. Logo, não percebem as questões institucionais e estruturais que amparam a supremacia branca e cooperam para comportamentos, atitudes e políticas racistas.
Em vista disso, no livro How to Be an Antiracist, Ibram X. Kendi, admirável estudioso de raça e discriminação racial, pesquisa muitas das atitudes individuais mantidas por brancos e não brancos que exercem um papel na ratificação do racismo.
Ele nos apresenta que é impossível ser “não racista” se você apresentar atitudes negativas sobre grupos inteiros com alicerce em sua raça, etnia ou herança cultural. E adiciona: “A única maneira de acabar com o racismo é identificá-lo e descrevê-lo de forma consistente para, então, desmantelá-lo”.
No contexto brasileiro, Djamila Ribeiro, autora do livro Pequeno manual antirracista (2019), sintetiza com perfeição: “É preciso identificar os mitos que fundam as peculiaridades do sistema de opressão operado aqui, e certamente o da democracia racial é o mais conhecido e nocivo deles. (…) Essa visão paralisa a prática antirracista, pois romantiza as violências sofridas pela população negra ao escamotear a hierarquia racial com uma falsa ideia de harmonia”.
Portanto, podemos perceber que, antirracismo requer reflexão e ação. Ser antirracista é a opção consciente de tomar um lado, defender uma posição e se envolver em ações que apoiem ??a igualdade e a equidade.
O primeiro passo é distinguir que a questão racial se cruza com muitos outros aspectos da identidade de uma pessoa. Isso abarca orientação sexual, identidade de gênero, nacionalidade e deficiência. Nem todas os indivíduos são afetados pela cor ou etnia da mesma forma.
Mulheres negras, por exemplo, são afetadas tanto pela discriminação racial, quanto pelo sexismo. Indígenas e negros costumam ser discriminados de maneiras diferentes de outras pessoas não brancas. Nesse aspecto, enquadra-se também a questão do colorismo: quanto mais retinta é a pessoa negra, mais discriminação ela tende a sofrer.
Sendo assim, o tema é de relevância nacional, uma vez que se propõe a discutir a ampliação da discussão e reflexão sobre um tema tão importante e necessário, nesse Bate-papo do InteligênciaPontoCom.
Como a proposta é que a convidada percorra pelas suas experiências nos âmbitos de mulher, filósofa, feminista negra, escritora e acadêmica brasileira. Falando, também, como pesquisadora e mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). E ainda, como ativista na Internet e, atualmente, colunista do jornal Folha de S. Paulo.
CONVIDADA
Foi convidada para essa edição: Djamila Ribeiro.
LOCAL
A edição ocorrerá em 20.03.2024, no Teatro do SESI-SP, localizado no Centro Cultural FIESP, às 20h.