Exposição em cartaz no Centro Cultural Fiesp, na Avenida Paulista. Confira:
NÃO É NECESSÁRIO RESERVAR INGRESSO PARA VISITAÇÃO.
Ta'ãngaa, os indígenas por eles mesmos
Curadoria de Richard Wera Mirim e João Kulcsár
L – Livre para todos os públicos
de 14 de maio a 12 de outubro de 2025
terça a domingo, das 10h às 20h
Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp
Av. Paulista, 1313, em frente ao metrô Trianon-Masp
A exposição fotográfica apresenta o trabalho de 8 artistas indígenas - Moara Tupinamba, Edgar Kanaykõ Xakriabá, Richard Wera Mirim, Genilson Guajajara, Gê Viana, Kamikia Kisedje, Denilson Baniwa e Natalia Tupi. Sob a curadoria de Richard Wera Mirim e João Kulcsár, constroem narrativas potentes e sensíveis, refletindo a riqueza de suas culturas, suas estéticas visuais e os desafios que enfrentam na contemporaneidade. Cada uma das 30 fotografias que compõem a mostra revela um universo único, onde passado e presente se entrelaçam, resgatando memórias ancestrais e, ao mesmo tempo, denunciando questões urgentes que afetam suas comunidades.
Mais do que registros visuais, elas são expressões de identidade e resistência, reafirmando a força da coletividade e a luta pela preservação dos territórios e tradições. As imagens se tornam, assim, uma ferramenta de expressão, luta e pertencimento. A exposição aborda temas como a relação sagrada com a terra, os ritos e tradições que resistem ao tempo, ancestralidade, os impactos da colonização, a força da coletividade e as conquistas dos povos originários. Ao registrar cenas do cotidiano, manifestações culturais e paisagens que carregam histórias, cenários e personagens os artistas nos convidam a enxergar a pluralidade das existências indígenas para além dos estereótipos, reafirmando a vitalidade deste povos e tudo o que têm a ensinar. A mostra é um convite à reflexão e ao diálogo e reforça a importância da escuta, do respeito e da valorização das inúmeras formas de vida, saberes e expressões dos povos indígenas, ampliando nossa compreensão sobre suas realidades e fortalecendo a necessidade de uma sociedade mais justa, plural e diversa.
Sobre os artistas
Natália Tupi é fotógrafa, Realizadora Audiovisual e Cineasta Indígena de Parintins, Amazonas. Também é criadora e idealizadora da Ancestralidade Visual (@ancestralidadevisual), onde busca fazer do audiovisual ferramenta de luta e resistência. "- Como sempre digo: minha câmera é minha flecha e é com ela que eu luto ao lado dos meus parentes." Seus principais trabalhos como Cineasta são os documentários "Minha câmera é minha flecha!" "Os sonhos guiam" e "Nhemongaraí: Ontem, hoje e amanhã." Atualmente, faz parte da Rede Audiovisual para Mulheres Indígenas, Rede Katahirine.
Denilson Baniwa é amazônida de origem na nação Baniwa, tem como base de trabalho a pesquisa sobre aparecimentos e desaparecimentos de indígenas na História Oficial do Brasil, ao mesmo tempo em que busca nas cosmologias indígenas e suas representações artísticas um possível método de compartilhar conhecimentos ancestrais e ao mesmo tempo criar um banco de dados com essas cosmologias como modo de salvaguardá-las.
Gê Viana nasceu em Santa Luzia, Maranhão, em 1986, mas vive e trabalha em São Luís. Formada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a artista produz colagens e fotomontagens, analógicas e digitais, inspiradas em acontecimentos da vida familiar e do cotidiano, confrontando a cultura colonizadora hegemônica e os sistemas de arte e comunicação. Começa a fazer uso da ‘imagem precária’ e dos meios de apropriação de fotos históricas. Sobre sua produção, ela comenta: “Criar um caminho na arte hoje parte da ideia de denúncia, lançando mão das categorias estéticas. Penso no legado deixado pelos fotógrafos que denunciaram em cliques o cotidiano das grandes metrópoles, guetos e povos tradicionais. As imagens de arquivo que trago são imagens que ainda carregam um trauma histórico do nosso povo, então pensei num modo de apropriação para trazer outras narrativas, que trabalhem possibilidades mais felizes, pois sinto que nossa felicidade está em risco.”
Edgar Kanaykõ Xakriabá é da Terra Indígena Xakriabá, no estado de Minas Gerais. É fotógrafo do povo indígena Xakriabá, que pertence ao segundo maior tronco linguístico indígena do país o Macro-Jê da família Jê, subdivisão Akw?. Kanaykõ possui graduação na Formação Intercultural para Educadores Indígenas (Fiei/UFMG) e mestrado em Antropologia Social (Visual) na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sua dissertação, “Etnovisão: o olhar indígena que atravessa a lente” (2019), é uma discussão acerca da utilização da fotografia pelos povos indígenas como instrumento de luta e resistência e o conceito de imagem, e é a primeira realizada por um pesquisador indígena em um programa de pós-graduação da UFMG. Sua composição se baseia em registros fotográficos de sua comunidade Xakriabá, de outros povos, assim como de manifestações do movimento indígena no país.
Moara Tupinambá é ARTivista visual e curadora autônoma, natural de Maery do Pará (Belém do Pará). .É tupinambá, de origem da região do Baixo Tapajós. Atualmente faz parte do coletivo amazônida MAR, do Colabirinto e da associação multiétnica Wyka Kwara. Radicada em São Paulo, é artista multiplataforma e utiliza: desenho, pintura, colagens, instalações, vídeo-entrevistas, fotografias, literatura, performances. Sua poética percorre cartografias da memória, identidade, ancestralidade, resistência indígena e pensamento anticolonial. Expos na coletiva "Museu da Silva" na 30 edição do Programa de Exposições CCSP Mostra de 2020. Participou, com Janaú, da Bienal "Nirin" em Sidney (curador Brook Andrew) com o vídeo da Marcha das Mulheres Indígenas (2019); do Seminário de Histórias Indígenas do MASP (2019); da Exposição “Agosto indígena” (2019) - São Paulo; da Teko Porã, na exp.coletiva “Re-antropofagia” com curadoria de Denilson Baniwa e Pedro Gradella em Niterói - Centro de Artes da UFF (2019). Já foi indicada ao Prêmio de Arte e Educação da Revista Select, em 2018, pelo projeto II Bienal do Ouvidor 63, ocorrido na maior ocupação artística de São Paulo.
Genilson Guajajara, fotógrafo e formado em cinema indígena é da Aldeia Piçarra Preta, terra indígena Rio Pindaré\MA. Em 2021 foi indicado ao Prêmio Pipa, a janela para arte contemporânea brasileira. Realizou sua primeira exposição em 2019 na casa do Maranhão, com o tema a festa da Menina moça.
Kamikia Kisedje é fotógrafo e cineasta indígena, formado pela ONG Vídeo nas Aldeias. Desde 2000, tem acompanhado e registrado vários eventos importantes para o Movimento Indígena, tais como assembleia de associações, manifestações culturais, iniciativas de diferentes povos e a mobilização nacional indígena em Brasília. A publicação destes vídeos e fotos tem finalidade educativa, de fortalecimento da cultura, da saúde, e da defesa da causa indígena e do meio ambiente. Realizou vários trabalhos para ONGs indígenas e indigenistas, e para diferentes comunidades. Teve o seu trabalho reconhecido com prêmios em festivais como o filme Txeijkhô khãm Mby (2007); o programa sobre saúde indígena da Rádio Xingu FM (2006); a ficção Mulheres Guerreiras (2010) e o vídeo-manifesto Carta do Povo Kisedje para Rio+20 (2012). Entre outros trabalhos importantes, destaca a cobertura como repórter indígena da Rio+20 em 2012 e a participação na mostra de vídeo realizada na Cúpula dos Povos em comemoração aos 25 anos do Vídeo nas Aldeias. Além disso, realizou a documentação da elaboração do Plano de Gestão do Xingu, em Mato Grosso e em Altamira/PA.
Sobre os curadores
Richard Wera Mirim, fotógrafo, é um jovem Comunicador Indígena do Povo Guarani Mbya da Terra Indígena Jaraguá. É criador da Mídia Guarani Mbya.
João Kulcsár, professor visitante na Universidade de Harvard. Mestrado em artes pela Universidade de Kent, Inglaterra. Coordenador Bacharelado em Fotografia do Senac por 30 anos . Curador de mais de 100 exposições fotográficas no Brasil e exterior ( Portugal, EUA, Itália, Suíça e Inglaterra). Desenvolve o projeto de fotografia com pessoas deficientes visuais desde 2008. Coordenador do projeto de formação de professores para uso de fotografia em sala de aula no Brasil. Autor de diversos livros. Diretor do Festival de Fotografia de Paranapiacaba e Festival de Fotografia de São Paulo. Editor do site www.alfabetizacaovisual.com.br.
Produção: Alfabetização Visual | Realização: SESI-SP
AGENDAMENTO DE GRUPOS E ESCOLAS
Para que possamos confirmar o agendamento, favor informar:
- Nome completo do responsável pelo grupo no dia da visita;
- E-mail e telefone do responsável pelo grupo (preferencialmente celular);
- Nome da escola / Instituição;
- Data e período desejado;
- Quantidade de pessoas (incluindo alunos e professores/acompanhantes);
- Faixa etária do grupo;
- Sinalizar se houver pessoas com deficiência no grupo;
- Sinalizar se o transporte será próprio com desembarque nas dependências do SESI-SP (não possuímos estacionamento, apenas orientamos o embarque e desembarque em nossas dependências).
Envie as informações pelo e-mail: ccfagendamentos@sesisp.org.br
Confira as orientações na descrição do evento.
NÃO É NECESSÁRIO RESERVAR INGRESSO PARA VISITAÇÃO.
Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp
Av. Paulista, 1313 - Sede
http://www.centroculturalfiesp.com.br/