Levar o forró das casas de show ao teatro, implica desdobramentos significativos se comparado à prática comum. O "Forró da Mari" é oferecido para todo o público, ditando um forró de alta classe e propondo um espaço em que o baile de forró possa ser apreciado como o concerto de uma orquestra, mas com a liberdade da interação público-artista pela alegria da dança. O show traduz a memória cultural nordestina e a preserva. Alimentando a memória da sociedade e contribuindo para o crescimento saudável da nação. Mariane tem a habilidade de tocar os corações com doçura e regar alí o senso crítico da memória para que haja, então, reflexo dessa memória no indivíduo e no coletivo. Levando o forró a um ambiente livre do machismo e das madrugadas dos bailes da cidade, a cantora abre espaço para que outros públicos possam se conectar com a arte que nasce debaixo do barro do chão nordestino.
80 min
Mariane Claro Villas Boas - cantora
Alisson Lopes da Silva - percussionista
Pablo Yuri Oliveira de Moura - sanfoneiro
Hermes Medeiros da Silva - percussionista
A história que conduz Mariane ao universo da cultura nordestina e todo o significado que essa manifestação traduz, se apresenta para nós como a da moça que risca o chão até gastar a sandália no arrastapé, noite adentro. O baile foi o berço dessa relação. Da pista, viu os grandes mestres apontarem os caminhos que mais tarde poria os pés. Mariane foi abraçada pelos mestres, conduzida da pista pelos camarins até o palco, e foi sentada na boca do palco que o forró tocou sua alma de artista. Assistiu o mestre Dominguinhos se manifestar, como uma neta que escuta as histórias do avô sentada ao pé da poltrona. Essa experiência valeu-lha o gosto e a obstinação de ser também instrumento da cultura.
A cantora gravou um EP que foi lançado em junho de 2021. O EP "Ai que saudade d'ocê", traz músicas de Luiz Gonzaga, Vital Farias, Dominguinhos e Gilberto Gil. A voz sinuosa e o ritmo acentuado de Mariane Claro, revelam uma intérprete ávida pelo palco, e os shows carregam a certeza da entrega.