Com texto e direção de Marcelo Romagnoli, peça é livremente inspirada no clássico da literatura ‘As Aventuras do Barão de Munchausen’, do alemão Rudolf Erich Raspe. A trupe convidou a atriz Lu Grimaldi para completar o elenco formado por Álvaro Barcellos, Celso Reeks, Erica Rodrigues, Letícia Doretto e Marco Vettore
Por: Pombo Correio Assessoria de Imprensa
31/07/201915:27- atualizado às 11:15 em 29/11/2019
A Verdadeira História do Barão comemora os 27 anos de trajetória da Cia. Cênica Nau de Ícaros com espetáculo inédito para toda a família. A peça fica em cartaz no Teatro do Sesi-SP de 15 de agosto a 24 de novembro.
Para juntos levarem aos palcos as inacreditáveis aventuras do Barão de Munchausen, a Nau de Ícaros se associou à produtora teatral Marlene Salgado e convidou Marcelo Romagnoli, com reconhecido e consolidado trabalho na Banda Mirim, para assumir a direção e dramaturgia. A montagem mostra uma trupe de teatro itinerante, perdida por terras brasileiras, que tenta sobreviver encenando as histórias fantásticas do famoso Barão. A figura de Munchausen transita entre a verdade e a mentira, o sonho e a realidade, o absurdo e o delírio para narrar fugas incríveis, fatos extraordinários, perigos assombrosos e encontros improváveis.
Considerado um dos maiores contadores de aventuras absurdas, o Barão de Munchausen foi um militar alemão e os relatos de suas andanças pelo mundo serviram de base para o clássico da literatura universal “As Aventuras do Barão de Munchausen”, publicado em 1785 pelo alemão Rudolf Erich Raspe (1736-1794). No cinema, uma das obras mais marcantes foi o longa-metragem de 1988 do cineasta norte-americano Terry Gilliam.
A ideia é abordar o teatro e as artes como elementos transformadores da realidade à medida que fazem o ser humano pensar em novas possibilidades de vida. “Quando escolhemos esse projeto para apresentar ao SESI-SP, que consideramos uma das instituições mais importantes do Brasil para produção e fomento à Cultura, pensamos nessa força de criação de novos imaginários trazida pelo Barão. Há mais de dois séculos, ele já pensava na imaginação como uma maneira de se resolver questões impossíveis. Neste momento tão particular, permeado por tantos retrocessos, sentimos a necessidade de contribuir para que as novas gerações tenham condições de reinventar sua realidade e até mesmo superá-la, partindo de uma das características humanas mais revolucionária: a criatividade, explica Marco Vettore, diretor da Nau de Ícaros e idealizador da peça.
Para completar essa trupe, a Nau de Ícaros conta especialmente com a atriz Lu Grimaldi que, com este convite, sente-se retornando ao início da sua carreira em São Paulo, fazendo parte de um grupo, seu berço no teatro, como declara.
A encenação
O espetáculo explora a metalinguagem ao contar a história de uma trupe de teatro que encena as aventuras do Barao e, para acentuar esse jogo, revela os truques do teatro, expondo os processos da criação, as trocas de figurino e adereços, a movimentação nas coxias. “ A grande força da história está no poder transformador da fantasia, na capacidade de inventar novas realidades, superando todo tipo de limitação. O espetáculo segue a lição do Barão e busca transformar o rotineiro em magnifico”, esclarece o diretor Marcelo Romagnoli.
Além da obra original e do filme, outras referências visuais para a encenação são as técnicas da Commedia Dell’Arte, o período pré-cinema e as gravuras que ilustraram as várias edições do livro de Raspe. A encenação, como é costume nos trabalhos da Nau de Ícaros, une o teatro, circo e a dança, rompendo as fronteiras entre essas linguagens, sem que deixem de estar a serviço da história.
Os figurinos, assinados por Chris Aizner, são criados a partir de sobreposições de peças, misturando elementos do século 18 e modernos. “É um figurino que tende para uma época, mas ao mesmo tempo não define qual é esse tempo, porque a história é atemporal. Essa trupe está ensaiando as histórias do Barão na atualidade, como poderia estar na Renascença, ou no meio do sertão brasileiro”, acrescenta o encenador.
A cenografia de Márcio Medina é composta por elementos que são manuseados o tempo todo pelos atores para construir imagens grandiosas, como um telão com várias paisagens e uma grua que alcança seis metros de altura. A trilha sonora de Marcelo Pellegrini é formada por composições originais, parte tocadas ao vivo, parte gravadas. Já a iluminação de Wagner Freire, aliada a projeções de imagens de Raimo Benedetti, tem o desafio de criar um ambiente íntimo para essas cenas dos ensaios do grupo de teatro e um ambiente de fantasia e encantamento na hora da apresentação do espetáculo, como um grande sonho. O visagismo dos atores é criado por Leo Pacheco.
Sobre a Cia. Cênica Nau de Ícaros
Há 27 anos, um grupo de alunos do Circo Escola Picadeiro se uniu a outros do Indac-CPT para realizar a montagem "Nau de Ícaros". Nas indagações sobre forma e conteúdo, estava plantada a semente para os fundamentos de uma linha de pesquisa sobre a dramaturgia na concepção cênica de um espetáculo de circo. Nascia então, em 1992, a Cia. Cênica Nau de Ícaros.
Na busca por uma forma de encenação que aproximasse circo com o teatro e a dança, a companhia firmou o corpo expressivo como meio, inspirada na escola russa de Stanislavsky e Meyerhold, ocupando um espaço propício a ser preenchido com enredo, cenário, figurino, música e dança ligados à dramaturgia.
Ao longo dessa trajetória, o grupo foi responsável pela criação e produção de inúmeros espetáculos, muitos deles premiados, como “Cidade dos Sonhos”, “Fronteiras”, “De um Lugar para o Outro”, “Tirando os Pés do Chão”, “Menor que o Mundo”, “A.N.J.O.S.” e “Ride Palhaço”.
Em 2019, o núcleo de dança da Nau de Ícaros também prepara a estreia do espetáculo Mulher do fim do mundo”, contemplado pelo “Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo”, com inspiração no “universo feminino” e suas muitas facetas na intersecção entre palavra-gesto-movimento.
Sobre o Teatro do Sesi-SP
Toda a programação do espaço é formada a partir do edital lançado anualmente pelo Sesi-SP para chamamento público de projetos culturais que irão compor o quadro de atividades do ano seguinte. A Verdadeira História do Barão foi um dos projetos selecionados pela curadoria do Sesi-SP para 2019, dentre mais de 270 inscritos.
SINOPSE
Um grupo de teatro viajante, perdido pelo interior do Brasil, tenta sobreviver encenando as histórias fantásticas, as fugas incríveis, os perigos assombrosos e os encontros extraordinários do famoso Barão de Munchausen. Ao desbravar as aventuras do barão – um herói que se equilibra entre a verdade e a mentira em seu próprio mundo – o espetáculo aborda a poesia, o sonho, o delírio e a imaginação como algo inerente e fundamental à vida. A Cia. Cênica Nau de Ícaros, que já contou inúmeras histórias ao longo dos seus 25 anos, homenageia o maior contador de aventuras absurdas da literatura mundial, buscando a potência da transformação, beleza e crítica que o teatro e o circo são capazes de possibilitar.
FICHA TÉCNICA
dramaturgia e direção: Marcelo Romagnoli | argumento: Marco Vettore | intérpretes-criadores: Álvaro Barcellos, Celso Reeks, Erica Rodrigues, Letícia Doretto, Lu Grimaldi e Marco Vettore | músico: Paulo Souza | contrarregragem na cena: Paulo Souza e Renato Lourenço | música original e direção musical: Marcelo Pellegrini | cenografia: Márcio Medina | figurino: Chris Aizner | iluminação: Wagner Freire | imagens luminosas: Raimo Benedetti | visagismo: Leopoldo Pacheco |direção de movimento e preparação corporal: Miriam Druwe | preparação em circo: Lu Menin [aéreo] e Carlos Cosmai [acrobacia] | preparação em teatro de sombras: Urga Maira Cardoso | preparação em commedia dell’ arte: Tiche Vianna | direção técnica: Celso Reeks | fotos: Chris Von Ameln | identidade visual: Eduardo Ribeiro | assessoria de imprensa: Pombo Correio | administração: Álvaro Barcellos | produção executiva: Mariana Machado | produtora associada: Marlene Salgado | idealização: Nau de Ícaros | realização: SESI São Paulo
SERVIÇO
A Verdadeira História do Barão, Cia. Cênica Nau de Ícaros
Teatro do Sesi-SP – Avenida Paulista, 1313 (em frente à estação Trianon-Masp do Metrô)
Temporada: 15 de agosto a 24 de novembro
Horários: sábados e domingos às 14h
Duração do espetáculo: 60 minutos
Classificação indicativa: livre
Gênero: comédia
Agendamentos: ccfagendamentos@sesisp.org.br
O espetáculo tem entrada gratuita oferecida pelo Teatro do Sesi-SP, com reservas antecipadas de ingressos disponíveis no site do Centro Cultural Fiesp (www.centroculturalfiesp.com.br) a partir do dia 12/08, às 8h. Os ingressos remanescentes são disponibilizados na bilheteria 15 minutos antes da apresentação, no dia do espetáculo.