Oito cidades receberam o Prêmio PAR: Brejo Alegre, Braúna, Meridiano, Mirante do Paranapanema, Pinhalzinho, Guariba, Fernandópolis e Franca
Por: Renata Victal, comunicação Sesi-SP
14/11/202308:14- atualizado às 14:42 em 27/11/2023
O Sesi-SP, juntamente com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), premiaram oito cidades paulistas que mais se destacaram, em 2022, na alfabetização de crianças na idade certa, ou seja, até o segundo ano do Ensino Fundamental. Entre os 645 municípios paulistas avaliados, os vencedores foram Brejo Alegre, Braúna, Meridiano, Mirante do Paranapanema, Pinhalzinho, Guariba, Fernandópolis e Franca.
Em sua primeira edição, o Prêmio PAR teve os critérios técnicos para definir os vencedores elaborados pelo Sesi-SP em conjunto com entidades como Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Bem Comum e Canal Futura. O objetivo do prêmio é dar visibilidade à esta etapa crucial da educação.
A premiação, entregue em evento na sede das entidades, na capital paulista, no fim da tarde desta segunda-feira, 13/11, está vinculada ao novo programa do Sesi-SP no campo da alfabetização, o PAR (Programa Alfabetização Responsável), lançado em setembro, ao qual 372 prefeituras paulistas já aderiram. O propósito do programa é auxiliar municípios a alfabetizar as crianças na idade certa por meio da formação de professores e de novos recursos didáticos.
“Não se constrói um edifício sólido sem uma fundação bem feita, e a alfabetização na idade certa é a fundação bem feita de um edifício sólido, que é o futuro das nossas crianças. Esse é um esforço de todos nós. O Sesi e Senai já eram instituições modelares, mas tínhamos que fazer mais. E a única forma de fazer mais, era dando as mãos para a educação pública de São Paulo. Que São Paulo passe também a ter indicadores no campo da educação, cada vez melhores”, disse o presidente da Fiesp, do Sesi-SP e do Senai-SP Josué Gomes da Silva.
Presente ao evento, a secretária-executiva do Ministério da Educação, Izolda Cela, enfatizou que o país precisa de programas como o PAR, pois é necessário fortalecer a educação pública. Ela lembrou que, praticamente, 86% das crianças e jovens brasileiros estão nos bancos das escolas públicas e que o Brasil não irá melhorar e crescer sem uma decisão efetiva de alfabetizar adequadamente as crianças. Ela citou estudos comparativos que mostram, com evidências, que uma criança que se alfabetiza bem, tem 80% de chance de ter uma trajetória regular. Ao passo que, uma criança que fracassa nesse início, essa chance cai para 30%.
“Alfabetizar não é um passe de mágica, é uma batalha. Quando o começo é bem feito, abre as portas para uma perspectiva de sucesso. Quero fazer uma saudação à presença de prefeitas e prefeitos que estão engajados no programa. vocês têm muita importância mesmo. A alfabetização na idade adequada tem impacto positivo na formação do indivíduo e favorece um bom desempenho escolar do aluno por toda sua vida”, afirmou Izolda.
O diretor-executivo da Associação Bem Comum, Veveu Arruda, que foi prefeito de Sobral, pediu senso de urgência aos presentes. “Não podemos deixar para amanhã o que era para ter sido ontem. Não posso justificar a falta de material escolar na sala de aula porque não aconteceu a licitação. Não posso deixar de garantir a contratação de professores. A responsabilidade é do prefeito e da prefeita. Só se faz sete anos uma única vez e é preciso que essa criança seja alfabetizada até fazer sete anos”, disse Veveu.
A importância da educação e o senso de urgência também foram mencionados pela chefe do Escritório do UNICEF em São Paulo, Adriana Alvarenga. Segundo ela, hoje, quase 60% das crianças completam o segundo ano sem saber ler e escrever. “Esse número é grave hoje e já era grave em 2019, mas a gente não pode justificar sempre como fruto da pandemia. O desafio já vem de alguns anos. Claro, houve uma piora na pandemia e isso só faz com que nosso compromisso atue com o senso de urgência”.
Para definir as oito cidades vencedoras do Prêmio PAR foram utilizados dados públicos de desempenho dos alunos das redes municipais, ou seja, as prefeituras não precisaram se inscrever para concorrer. Os municípios paulistas foram divididos em oito grupos e classificados de acordo com o número de escolas e matrículas no 2º ano do Ensino Fundamental. Foram considerados ainda o desempenho no Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) e o nível socioeconômico do município.
Como prêmio, as oito cidades vencedoras ganharam um espaço maker completo, em regime de comodato, e suporte de um instrutor do Sesi-SP. O espaço é um laboratório de fabricação digital para práticas pedagógicas, equipado com máquinas e recursos do mais alto nível para desenvolvimento e prototipação de projetos, ampliando as experiências de aprendizagem multidisciplinares e interdisciplinares. O laboratório vai propiciar que os estudantes materializem suas ideias, desenvolvam a criatividade e o espírito colaborativo.
Subiram ao palco para receberem os prêmios os prefeitos Alexandre Augusto Ferreira, de Franca, Átila Ramiro Menezes Dourado, de Mirante do Paranapanema, Paulo Rogério Pereira, de Pinhalzinho, Fábio Paschoalinoto, da cidade de Meridiano e Rafael Alves dos Santos, de Brejo Alegre. Também subiram ao palco o secretário de Educação de Guariba, João Marques Gouvêa Neto, representante do prefeito da cidade, a secretária de Braúna, Maria Luciene do Carmo, representando o prefeito Heitor Verdú, e a assessora de gabinete da prefeitura de Fernandópolis, Jessica Guimarães, que representando o prefeito da cidade, André Giovanni Pessuto Cândido.
O PAR (Programa Alfabetização Responsável) é parte do Sesi para Todos, iniciativa da rede que desde o ano passado coloca à disposição das escolas públicas toda sua expertise em educação, a partir das necessidades dos municípios parceiros.
O PAR, que começará a ser implementado em 2024, tem dois pilares: recursos didáticos inovadores para serem trabalhados em sala de aula e formação presencial de professores da educação infantil (4 e 5 anos) e do início do Ensino Fundamental (1º e 2º anos), oferecidos gratuitamente às prefeituras a fim de potencializar a educação pública.
Na prática, professores e gestores da educação infantil passarão por formação realizada por especialistas do Sesi-SP, em uma jornada de 30 horas (16 horas presenciais e 14 horas online). Além do atendimento aos educadores, serão desenvolvidas práticas de liderança e conhecimento técnico dos processos, voltadas aos diretores escolares e coordenadores pedagógicos. O intuito é oferecer subsídios para que eles possam analisar os indicadores de qualidade, monitorar o processo de ensino e aprendizagem, bem como ajudar a criar um ambiente alfabetizador.
